A ida ao psicólogo


A ida ao psicólogo

Saúde Mental

Existem momentos em que nos deparamos com um certo mal-estar que se prolonga no tempo e que parece não querer ir embora. Esse mal-estar pode ser algo que perturbe de forma superficial ou de forma mais intrusiva e podemos por vezes não conseguir descobrir sozinhos a melhor forma de ultrapassar esse momento, ou até ter dificuldade em desvendar a fonte do problema.

Por outro lado, em algum momento da vida é provável que a nossa auto-percepção seja percebida como ineficaz ou pouco adequada, em que sentimos a necessidade de desenvolver ou melhorar alguma característica pessoal ou de desempenho.

Nestas ocasiões, o psicólogo assume aqui um papel fundamental, não só ao nível do apoio que pode prestar na resolução de problemas, como também, no processo de transformação pessoal. Percebemos assim, que nem sempre o psicólogo só é procurado por existir algum tipo de perturbação psicológica, mas também pode ajudar a “limar” algumas características pessoais ou apoiar na resolução de problemas.

Existem sempre aspetos interiores que podem ser melhorados/limados de forma a mantermos o nosso bem-estar, é tão importante trabalhá-los, como fazer uma consulta de rotina no médico de medicina geral. A importância de manter a saúde mental é essencial para que desta forma o indivíduo, mantenha a estabilidade emocional e se envolva de forma agradável com a sua vida pessoal e na relação com os outros. E por vezes, ao fazer este trabalho interior, descobre-se que existem assuntos internos mal resolvidos, ou que incomodam e afetam o dia-a-dia sem nos apercebemos dessa situação. Pode acontecer, em consulta, desvendarem-se barreiras que o próprio não se tinha apercebido que existiam, assim como também pode ser um momento de reflexão e descoberta quando temos dificuldade na gestão de algum problema. A consulta de psicologia é o momento para quebrar barreiras e, com a colaboração do psicólogo, construir novas pontes para um outro caminho. A partir daí entramos num processo de transformação que facilita o desenvolvimento de certas características primordiais, que se podem ter perdido no tempo, reforçar outras que se encontravam adormecidas ou até desenvolver outras que ainda não haviam se manifestado.

O psicólogo, mais do que perceber ou atribuir um diagnóstico em função de um conjunto de sinais e sintomas, procura ajudar na (re)descoberta, (des)construção de pensamentos, perceber emoções e consciencializar para o nosso comportamento verbal e não-verbal, reforçando a nossa saúde mental e bem-estar. Desta forma, há um verdadeiro processo de compreensão e recuperação do que levou ao momento de confusão e desorientação, e com isso devolver o controlo da vida pessoal, das emoções, pensamentos e comportamentos.

É importante ser capaz de perceber quando algo não está bem comigo próprio e que merece uma atenção e cuidado específico. É mais corajoso aquele que procura ajuda quando não consegue ultrapassar algum obstáculo ou situação, do que aquele que se nega ao processo de transformação. Ninguém tem resiliência infinita, temos de aceitar as nossas limitações e quando se procura ajuda, significa que percebemos que os nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos não são suficientes para lidar com acontecimentos de vida mais exigentes. Quem está em sofrimento psicológico, precisa tanto de apoio de um profissional de saúde mental, conforme precisamos de apoio de um médico especialista no tratamento de um diagnóstico específico.

A vida é feita de constantes mudanças, nem sempre essas mudanças são bem aceites, nem sempre se conseguem compreender, nem sempre se consegue lidar com elas. E está tudo bem com isso, nem sempre se é capaz de ultrapassar determinadas situações. Mais importante do que isso, é aceitar essa dificuldade, procurando a ajuda de um psicólogo e/ou psiquiatra e dar a si próprio a oportunidade de evoluir, aceitando o processo de transformação pessoal, emocional e psicológico.